terça-feira, 18 de outubro de 2011

#2

Tento evitar, a sério que tento. Esforço-me mas não é fácil. Ainda falo de ti; ainda chamo o teu nome; ainda pergunto por ti.
Confesso que foste o único que me fez verdadeiramente feliz, mas agora simplesmente desististe do teu objectivo. Contigo era tudo diferente, eu própria sentia-me mais leve. Não é de agora que sofro, já sofro há muito tempo. Sofro muito, mas escondo-o. Meu corpo está habituado, é como rotina. Mas tenho a dizer, que isto não alterou quase nada. O sofrimento permanece, e é como se eu estivesse em coma. Não sinto nada, já não me importo com nada, não ouço ninguém, não vejo nada. E não quero mais, neste momento, já não há nada a fazer. Mas gostava de viver, de abrir os olhos e andar, sorrir com sentimento.

#1

Somos o que nunca se preenche, os pedaçinhos que deixamos em aberto. Nunca poderemos saber o que nos habita. Permaneceremos, para sempre, estranhos para nós e em nós. Somos feitos daquilo que não nos define.